A cidade ainda dorme quando os romeiros iniciam a subida do monte. São jovens, idosos e até crianças, mas com disposição para completar a jornada até a Capela no topo do monte.
Cada romeiro passa com sua dor, suas convicções, seus desejos, suas esperanças e fé, atadas a uma cruz imaginária repleta de memórias.
Mesmo em grupos, nenhum é igual ao outro. São únicos nas suas renúncias do dia-a-dia para cumprir o compromisso com o sagrado e viver a Via Crúcis.
A cidade de Monte Santo, situa-se no
semiárido baiano, em 1896 e 1897 foi palco da Guerra de Canudos e em 1784 ficou
conhecida mundialmente por cauda de Bendegó, o maior meteorito já encontrado em
solo brasileiro.
Em 1775, Frei Apolônio de Todi ao
apreciar a serra de Piquaraçá ficou impressionado com a semelhança da mesma com
o Monte Calvário, em Jerusalém, e convidou os fiéis que o acompanhava para
transformar o Monte em um "Sacro-Monte" e rebatizá-lo com o nome de
Monte Santo.
Durval Vieira de Aguiar, conta no livro
Descrições Práticas da Província da Bahia, que em 1892 Antônio Conselheiro,
realizou reparos no caminho da Santa Cruz.
Entre 1896 e 1897, o quartel general do
Marechal Carlos Machado de Bittencurt, se instalou em Monte Santo para atender
a logística da guerra contra os Conselheristas.
Hoje recebe romeiros, que sobem o Monte
Santo na Semana Santa e no dia de Todos os Santos.
A subida do monte é uma experiência
única, pois encontramos história, cultura, tradição e religiosidade no mesmo
local.